Título original: Decodificando a Argentina: O cotidiano de uma grande potência invisível em Web3, a moeda estável já é um item essencial para a sobrevivência.
Autor original: Laughing
Fonte original:
Reprodução: Mars Finance
Já estou na Argentina há quase duas semanas para participar do Devconnect, a Argentina é o país mais distante da China, e desta vez há menos pessoas participando do evento, sendo quase todos desenvolvedores e builders. Espero que este texto ajude a diminuir algumas lacunas de informações. Primeiro, vou falar sobre alguns fenômenos contra-intuitivos que observei por aqui:
· A Argentina é o país com a maior taxa de adoção de moeda estável no mundo, e a taxa de penetração de Crypto em todo o hemisfério ocidental também é a mais alta.
· Quase todas as lojas (restaurantes, cafeterias, supermercados, táxis) nas grandes cidades aceitam pagamentos em USDC através do código QR do Mercado Pago.
· Existem mais de 6000 lojas OTC subterrâneas nas ruas que operam com troca de U, com receitas superiores às dos bancos.
· A superpotência escondida do Web3 na Argentina: em 2025, contribuiu com 4-6% do código do GitHub do Ethereum (primeiro entre os países não anglófonos), e cerca de 1/4 da infraestrutura central no ecossistema Ethereum global tem genes argentinos.
Vamos falar sobre isso em detalhes.
1、Crypto já deixou de ser apenas “especulação” na Argentina e se tornou “infraestrutura cotidiana”
A Argentina tornou-se um caso de estudo exemplar na adoção de criptomoedas a nível global, ao contrário dos mercados asiáticos e ocidentais que são impulsionados pela especulação, aqui o motor é o pragmatismo.
No início, foi mencionado que a Argentina possui a maior taxa de penetração de criptomoedas no hemisfério ocidental (cerca de 22,8%), e a adoção de moeda estável chega a impressionantes 61,8% (a mais alta do mundo).
Cerca de 5 milhões de pessoas utilizam ativos criptográficos no seu dia a dia, sendo que essa proporção entre os jovens de 18 a 35 anos atinge os 25-30%. Para muitos da geração 00, a carteira de criptomoedas é a sua “principal conta bancária”, em vez do banco tradicional.
Os pagamentos em criptomoeda já foram implementados de forma perfeita na Argentina, e nas grandes cidades, quase todas as compras offline suportam pagamentos por código QR.
Não é o comerciante que recebe diretamente a U, mas sim que aproveita os padrões de interoperabilidade do Mercado Pago (que pode ser entendido como o Alipay da Argentina):
Os usuários usam carteiras de criptomoeda como Lemon, Belo, etc., para escanear o código QR de moeda fiat do comerciante, enquanto o backend completa automaticamente o processo de “USDC na cadeia → ponte para gateway de pagamento local → troca por pesos → recebimento pelo comerciante”.
Esta experiência de Off-ramp é extremamente suave e completamente em conformidade.
2、O negócio de Crypto mais lucrativo é a loja de buracos de «entrada e saída de fundos» na rua.
Nas ruas de Buenos Aires, há pequenas lojas (conhecidas como cuevas) que dizem “Compro USDT pago efectivo” em toda parte, com dados indicando que em 2025 haverá cerca de 4000-6000 em toda a cidade.
Durante o pico, o fluxo diário de uma única loja é de 10.000 a 20.000 dólares, com uma margem de lucro de 5 a 8%. Muitas lojas têm um lucro líquido anual superior ao de uma agência bancária tradicional.
Eles são essencialmente intermediários P2P offline, ajudando pessoas comuns a contornar o limite oficial de 200 dólares por mês e 60% de impostos, tornando-se a parte mais resiliente e lucrativa do ecossistema cripto argentino.
3、A Argentina é a superpotência oculta do Web3
Mais da metade da infraestrutura mais sólida do ecossistema Ethereum (OpenZeppelin, Hardhat, Decentraland, POAP, etc.) é obra de argentinos, contribuindo com 4-6% do volume de código do Ethereum no GitHub em 2025 (primeiro entre países não anglófonos).
Cerca de 20 a 30 mil dos 150 mil desenvolvedores em todo o país estão focados em Web3 (o primeiro na América Latina), e há contribuidores principais da Argentina em protocolos de topo como Lido, Uniswap, Aave, Chainlink.
Vitalik disse em uma entrevista ao Infobae durante o Devconnect: “Desde 2021, venho quase todos os anos à Argentina, aqui é uma das maiores e mais ativas comunidades de criptomoedas que já vi no mundo.”
A Argentina continua a ser um dos maiores países exportadores de trabalhadores remotos do mundo (Upwork/Fiverr sempre entre os três primeiros), os salários dos desenvolvedores são apenas 1/3 dos Estados Unidos, mas a qualidade é de topo, o inglês é bom e os fusos horários são amigáveis.
Por que os argentinos amam tanto crypto?
Após a subida ao poder de Milei, a inflação caiu de 211% para 31,3%. Por que o entusiasmo dos argentinos por Crypto aumentou ainda mais?
De pé na perspectiva dos locais:
· Uma inflação anual de 30% é uma catástrofe em qualquer lugar do mundo;
· O peso continua a desvalorizar-se, a sensação de “um preço por dia” não mudou;
· O controle de capital foi relaxado apenas em alguns pontos, muito longe de uma conversão livre.
Para eles:
Crypto já não é mais uma questão de “deve ou não investir”, mas sim de “como colocar o dinheiro para comer em algo que não vai evaporar”.
Última conclusão:
Na Argentina, Crypto e moeda estável não são uma narrativa tecnológica, mas sim a infraestrutura financeira de que as pessoas comuns dependem para sobreviver.
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Decodificando a Argentina: O cotidiano de uma grande potência invisível em Web3, a moeda estável já é um item essencial para a sobrevivência
Título original: Decodificando a Argentina: O cotidiano de uma grande potência invisível em Web3, a moeda estável já é um item essencial para a sobrevivência.
Autor original: Laughing
Fonte original:
Reprodução: Mars Finance
Já estou na Argentina há quase duas semanas para participar do Devconnect, a Argentina é o país mais distante da China, e desta vez há menos pessoas participando do evento, sendo quase todos desenvolvedores e builders. Espero que este texto ajude a diminuir algumas lacunas de informações. Primeiro, vou falar sobre alguns fenômenos contra-intuitivos que observei por aqui:
· A Argentina é o país com a maior taxa de adoção de moeda estável no mundo, e a taxa de penetração de Crypto em todo o hemisfério ocidental também é a mais alta.
· Quase todas as lojas (restaurantes, cafeterias, supermercados, táxis) nas grandes cidades aceitam pagamentos em USDC através do código QR do Mercado Pago.
· Existem mais de 6000 lojas OTC subterrâneas nas ruas que operam com troca de U, com receitas superiores às dos bancos.
· A superpotência escondida do Web3 na Argentina: em 2025, contribuiu com 4-6% do código do GitHub do Ethereum (primeiro entre os países não anglófonos), e cerca de 1/4 da infraestrutura central no ecossistema Ethereum global tem genes argentinos.
Vamos falar sobre isso em detalhes.
1、Crypto já deixou de ser apenas “especulação” na Argentina e se tornou “infraestrutura cotidiana”
A Argentina tornou-se um caso de estudo exemplar na adoção de criptomoedas a nível global, ao contrário dos mercados asiáticos e ocidentais que são impulsionados pela especulação, aqui o motor é o pragmatismo.
No início, foi mencionado que a Argentina possui a maior taxa de penetração de criptomoedas no hemisfério ocidental (cerca de 22,8%), e a adoção de moeda estável chega a impressionantes 61,8% (a mais alta do mundo).
Cerca de 5 milhões de pessoas utilizam ativos criptográficos no seu dia a dia, sendo que essa proporção entre os jovens de 18 a 35 anos atinge os 25-30%. Para muitos da geração 00, a carteira de criptomoedas é a sua “principal conta bancária”, em vez do banco tradicional.
Os pagamentos em criptomoeda já foram implementados de forma perfeita na Argentina, e nas grandes cidades, quase todas as compras offline suportam pagamentos por código QR.
Não é o comerciante que recebe diretamente a U, mas sim que aproveita os padrões de interoperabilidade do Mercado Pago (que pode ser entendido como o Alipay da Argentina):
Os usuários usam carteiras de criptomoeda como Lemon, Belo, etc., para escanear o código QR de moeda fiat do comerciante, enquanto o backend completa automaticamente o processo de “USDC na cadeia → ponte para gateway de pagamento local → troca por pesos → recebimento pelo comerciante”.
Esta experiência de Off-ramp é extremamente suave e completamente em conformidade.
2、O negócio de Crypto mais lucrativo é a loja de buracos de «entrada e saída de fundos» na rua.
Nas ruas de Buenos Aires, há pequenas lojas (conhecidas como cuevas) que dizem “Compro USDT pago efectivo” em toda parte, com dados indicando que em 2025 haverá cerca de 4000-6000 em toda a cidade.
Durante o pico, o fluxo diário de uma única loja é de 10.000 a 20.000 dólares, com uma margem de lucro de 5 a 8%. Muitas lojas têm um lucro líquido anual superior ao de uma agência bancária tradicional.
Eles são essencialmente intermediários P2P offline, ajudando pessoas comuns a contornar o limite oficial de 200 dólares por mês e 60% de impostos, tornando-se a parte mais resiliente e lucrativa do ecossistema cripto argentino.
3、A Argentina é a superpotência oculta do Web3
Mais da metade da infraestrutura mais sólida do ecossistema Ethereum (OpenZeppelin, Hardhat, Decentraland, POAP, etc.) é obra de argentinos, contribuindo com 4-6% do volume de código do Ethereum no GitHub em 2025 (primeiro entre países não anglófonos).
Cerca de 20 a 30 mil dos 150 mil desenvolvedores em todo o país estão focados em Web3 (o primeiro na América Latina), e há contribuidores principais da Argentina em protocolos de topo como Lido, Uniswap, Aave, Chainlink.
Vitalik disse em uma entrevista ao Infobae durante o Devconnect: “Desde 2021, venho quase todos os anos à Argentina, aqui é uma das maiores e mais ativas comunidades de criptomoedas que já vi no mundo.”
A Argentina continua a ser um dos maiores países exportadores de trabalhadores remotos do mundo (Upwork/Fiverr sempre entre os três primeiros), os salários dos desenvolvedores são apenas 1/3 dos Estados Unidos, mas a qualidade é de topo, o inglês é bom e os fusos horários são amigáveis.
Por que os argentinos amam tanto crypto?
Após a subida ao poder de Milei, a inflação caiu de 211% para 31,3%. Por que o entusiasmo dos argentinos por Crypto aumentou ainda mais?
De pé na perspectiva dos locais:
· Uma inflação anual de 30% é uma catástrofe em qualquer lugar do mundo;
· O peso continua a desvalorizar-se, a sensação de “um preço por dia” não mudou;
· O controle de capital foi relaxado apenas em alguns pontos, muito longe de uma conversão livre.
Para eles:
Crypto já não é mais uma questão de “deve ou não investir”, mas sim de “como colocar o dinheiro para comer em algo que não vai evaporar”.
Última conclusão:
Na Argentina, Crypto e moeda estável não são uma narrativa tecnológica, mas sim a infraestrutura financeira de que as pessoas comuns dependem para sobreviver.