A decisão do Banco de Inglaterra na quinta-feira está prestes a acontecer, como o sinal de redução de juros pode abalar a libra/dólar?



**A fraqueza da inflação abre a porta para cortes de juros pelo banco central**

Quinta-feira (18 de dezembro), o Banco de Inglaterra anunciará a decisão de taxa de juros de dezembro, com o mercado já bastante claro — uma redução de 25 pontos base para 3,75%. Esta será a quarta alteração do banco central este ano, além de estabelecer o menor nível em quase três anos. Segundo pesquisas de mercado, a probabilidade de o Banco de Inglaterra cortar juros já ultrapassa 90%, e o mercado espera que uma nova redução ocorra até o final de abril do próximo ano.

Vale destacar que há ainda divergências claras dentro do comitê de decisão do banco central. Economistas preveem que a votação será novamente 5 a 4, indicando uma divisão de opiniões entre os decisores. No entanto, os dados econômicos recentes do Reino Unido podem trazer uma mudança nessa polarização — a inflação e o mercado de trabalho estão ambos mostrando sinais de desaceleração, o que pode levar alguns membros mais hawkish a reconsiderar suas posições.

**Dados econômicos confirmam sinais de recessão**

O desempenho do PIB do Reino Unido em outubro foi preocupante. Os dados divulgados em 12 de dezembro mostraram uma contração de 0,1% no PIB mensal, abaixo da expectativa de crescimento de 0,1%, além de continuar uma tendência de queda de dois meses consecutivos. A fraqueza do mercado de trabalho agravou ainda mais as preocupações de recessão — a taxa de desemprego atingiu o maior nível desde o início de 2021.

No que diz respeito à inflação, os números são relativamente otimistas. Na quarta-feira (17 de dezembro), foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) de novembro, com uma alta anual de 3,2%, a menor em quase oito meses, abaixo da expectativa de 3,5%. O CPI core (excluindo alimentos e energia) também cresceu 3,2%, superando a previsão de 3,4%. Com esse relatório de inflação, o libra/dólar caiu imediatamente, atingindo a maior queda diária em um mês, chegando a romper 1.3311 durante o pregão, marcando uma nova mínima semanal; a rentabilidade dos títulos de 10 anos do Reino Unido também caiu mais de 7 pontos base, para 4,44%.

No âmbito político, o orçamento divulgado no final de novembro também prepara o terreno para um ciclo de cortes de juros. As medidas do ministro das Finanças, Rachel Reeves (como o congelamento de tarifas ferroviárias, adiamento de reduções no imposto sobre combustíveis, e redução nas contas de energia doméstica), devem reduzir a inflação em até 0,5 ponto percentual no segundo trimestre do próximo ano.

**Expectativa de aterrissagem suave da economia dos EUA influencia o cenário do dólar**

Hoje também será divulgado o CPI de novembro dos EUA, com expectativa de aumento de 3,1% na taxa anual, um pouco acima dos 3% anteriores. Os dirigentes do Federal Reserve têm uma avaliação relativamente moderada — William(John Williams), membro do Fed, enviou sinais dovish recentemente, destacando que o impacto inflacionário causado por tarifas é principalmente um choque pontual, e que os riscos de queda no mercado de trabalho aumentaram significativamente nos últimos meses.

O mercado de trabalho dos EUA já mostra sinais claros de fraqueza. Os dados de emprego não agrícola de novembro, divulgados na semana passada, mostraram uma adição de 64 mil empregos, acima da expectativa de 45 mil, mas não conseguem esconder a tendência de queda de 105 mil empregos em outubro (muito acima da previsão de uma redução de 25 mil). A taxa de desemprego subiu para 4,6%, atingindo o maior nível em quatro anos, acima da previsão de 4,4%.

A postura do Federal Reserve também tende a ser mais dovish — o banco central parou de reduzir seu balanço e iniciou o programa de compras de gerenciamento de reservas (RMP). Considerando que o mandato de Powell termina no próximo ano, o governo Trump pode anunciar um novo presidente do Fed no início de 2026, e o mercado está otimista quanto à possibilidade de o Fed cortar juros duas vezes novamente no próximo ano.

**Cenário de baixa para a libra pode estar sujeito a reversões**

Para a libra/dólar, a situação atual é bastante delicada. Como os investidores já precificaram antecipadamente a expectativa de cortes de juros pelo Banco de Inglaterra, as posições vendidas de libra nos fundos de gestão de ativos atingiram o maior nível em mais de uma década. Se o banco central sinalizar o fim do ciclo de cortes após a redução de juros, o mercado pode experimentar um “fechamento de posições vendidas extremamente intenso”, impulsionando uma forte alta da libra/dólar.

**Técnico: equilíbrio entre compra e venda, níveis-chave já emergiram**

No gráfico diário, a libra/dólar está em um ponto de inflexão entre alta e baixa. Os traders devem acompanhar de perto dois níveis importantes: se conseguir romper efetivamente 1.3455, a tendência de alta pode se consolidar; por outro lado, se cair abaixo de 1.3355, deve-se ficar atento à reversão do momentum de alta. Os próximos eventos — a decisão do Banco de Inglaterra e o CPI dos EUA — serão catalisadores cruciais para determinar a direção.
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