No mês passado, ainda sonhando com uma redução das taxas de juros? Assim que Powell falou, o sonho acordou.

A frase dele "não existe um corte de juros automático" deixou o mercado atordoado - a aposta na redução de juros em dezembro despencou de setenta por cento para pouco mais de vinte por cento. Mais contundente ainda foi a frase seguinte "decidir na névoa", que soa como humildade, mas na verdade é um aviso claro: não esperem que haja certeza nas políticas.

A realidade realmente é bastante dura. O Federal Reserve já cortou as taxas três vezes este ano, mas a taxa dos fundos federais ainda está presa na faixa "restritiva" de 3,75%-4,00%. Powell disse que a decisão sobre um corte em dezembro "ainda não está definida", e na Franklin Templeton, a previsão é ainda mais pessimista, prevendo que o fundo das taxas pode estar acima de 3,5%. A mensagem é clara: taxas elevadas não são uma medida temporária, mas sim um "novo colega de quarto" que vai te acompanhar.

Com a tensão no mercado de capitais, todos os tipos de ativos imediatamente mostraram sua verdadeira face. A taxa SOFR do mercado de recompra dos EUA sobe facilmente acima de 4%, e a diferença em relação à taxa dos fundos federais chega a 17 pontos base, resultando em liquidações diretas em posições alavancadas. O Nasdaq evaporou 8,5% em meio mês, e o Bitcoin está ainda pior, caindo de 115 mil dólares para 84 mil, uma queda de mais de um quarto.

Viu claramente? Aquele aumento das ações americanas sustentado por recompra de dívidas agora tem custos de financiamento absurdamente altos, as empresas não têm dinheiro para continuar a brincar; quanto às criptomoedas, já não têm fluxo de caixa para sustentar...