Hoje vi uma palavra chamada núcleo fragmentado.

Quando uma pessoa percebe muitas coisas, realmente pode se tornar completamente reclusa. Depois de perder a capacidade de conviver com os outros, também se perde o interesse em se envolver em jogos sociais. Talvez, quando eu digo: "saber demais e ver tudo claramente faz de você um órfão do mundo", isso é porque eu já iniciei este caminho sem retorno.
Eu vi a essência das coisas, a complexidade da natureza humana e a crueldade do mundo. Tentei me integrar, mas descobri que estava cada vez mais difícil encontrar meu lugar nesta confusão. Eu era aquele idealista fervoroso, acreditando em preto e branco, tentando mudar as pessoas ao meu redor. No entanto, com o passar dos anos, fui percebendo que as coisas eram muito mais complexas do que eu imaginava. Eu vi a zona cinzenta das regras, os meandros da natureza humana, e a verdade de que a vida não é fácil. Comecei a me calar, a pensar, e finalmente escolhi o silêncio. Eu vi a luta das pessoas, a impotência por trás dos sorrisos, o preço das palavras de elogio.
Eu entendi que a vida não é um conto de fadas, cada personagem tem suas próprias dificuldades.
Eu vi o jogo do poder, a troca de interesses, a raridade do coração verdadeiro. Só então percebi que amadurecer significa aceitar, significa soltar, então não sou mais ingênuo, não sou mais cego. Aprendi a ouvir, aprendi a observar. Tornei-me um órfão do mundo, sem facções, apenas compreensão.
Eu estou de pé no meio da multidão, mas me sinto como se estivesse separado por montanhas, rios e lagos, observando cada pessoa em silêncio. Comecei a odiar uma parte do mundo, e entendi a solidão; isso é o que chamam de marca da maturidade, certo? Acredito que isso não é o fim, mas um novo começo. Aprendi a valorizar essa solidão, porque ela me permite compreender melhor a mim mesmo.