2023 as Sete Grandes Tecnológicas dos EUA dominam o mercado, por que as previsões de Wall Street continuam a falhar?

Ao olhar para o mercado de ações dos EUA em 2023, trata-se de um banquete liderado pelos gigantes da tecnologia. O índice Nasdaq disparou 40,77%, o índice S&P 500 subiu 22,60%, o Dow Jones aumentou 11,90% e quebrou a marca de 37.000 pontos, atingindo um novo recorde histórico. No entanto, no início do ano, a voz predominante em Wall Street era completamente oposta — a maioria das casas de investimento previu um desempenho negativo para o ano, sendo surpreendida por uma forte resposta do mercado.

**Quão distantes estão as previsões das instituições de Wall Street para 2023?**

De fim de 2022 ao início de 2023, Goldman Sachs, Bank of America, HSBC, Citibank e outras instituições divulgaram previsões pessimistas. O analista-chefe de estratégia do Goldman Sachs, David Kostin, acreditava que o índice S&P 500 ficaria em torno de 4.000 pontos; o Crédit Agricole previu uma desaceleração moderada da economia; JPMorgan e Royal Bank of Canada previram 4.200 pontos e 4.100 pontos, respectivamente.

Ao comparar essas previsões, fica claro: o Deutsche Bank previu 4.500 pontos, o Wells Fargo previu entre 4.300 e 4.500 pontos, e o Barclays foi o mais pessimista, com 3.675 pontos. Em 13 de dezembro de 2023, o S&P 500 atingiu 4.707,09 pontos, muito acima das expectativas dessas chamadas instituições especializadas. Em outras palavras, a alta do mercado superou o limite das previsões otimistas de Wall Street.

**Por que o mercado de ações dos EUA de 2023 conseguiu virar o jogo? Cinco pontos-chave de virada**

■ **Primeiro trimestre: a onda de IA acende a chama da tecnologia**
O ChatGPT da OpenAI desencadeou uma febre de AIGC, com gigantes tecnológicos como Microsoft e Meta investindo pesadamente no desenvolvimento de grandes modelos de linguagem. O Nasdaq registrou seu melhor desempenho trimestral desde 2020, com as sete grandes tecnológicas subindo mais de 20% no trimestre, alimentando a imaginação dos investidores para o futuro.

■ **Crise de março: o humor do mercado virou de cabeça para baixo**
Silicon Valley Bank, Credit Suisse e outras instituições financeiras enfrentaram crises de liquidez, espalhando pânico. Ao mesmo tempo, JPMorgan, Morgan Stanley e outros alertaram que a alta das ações de tecnologia poderia estar exagerada, com risco de bolha. Preocupações com os riscos de segurança decorrentes do rápido desenvolvimento da IA também aumentaram, com alguns profissionais de tecnologia pedindo a suspensão do treinamento de sistemas de IA mais avançados.

■ **Segundo trimestre: expectativas de pico da inflação sustentam o mercado**
Dados de inflação desacelerando, o Federal Reserve se aproximando do fim do ciclo de aumento de juros, e o mercado acreditando que uma recessão pode ser evitada. A febre de IA permaneceu forte, com os setores de tecnologia, serviços de comunicação e bens de consumo não essenciais liderando as altas do primeiro semestre.

■ **Terceiro trimestre até outubro: ambiente de altas taxas de juros pressiona o mercado**
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de longo prazo dispararam para níveis históricos, tornando o ambiente de juros elevados menos atrativo para as ações. A escalada na tensão no Oriente Médio e os resultados trimestrais abaixo do esperado de algumas ações de tecnologia de peso reduziram a amplitude do mercado, aumentando a pressão para uma correção.

■ **Quarto trimestre: expectativas de pouso suave impulsionam a recuperação**
A inflação continua a desacelerar, o mercado de trabalho mantém-se forte, e o Federal Reserve sugeriu que pode cortar juros três vezes em 2024. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou que a economia está evoluindo na direção de controlar a inflação e evitar uma recessão. O otimismo voltou ao mercado, com as ações de tecnologia liderando novamente as altas.

**As sete gigantes da tecnologia contribuíram com três quartos do aumento do índice S&P 500**

Mais de 75% do ganho do mercado de ações de 2023 veio de sete gigantes da tecnologia. Essas empresas, com vantagem inicial na onda de IA, tornaram-se os principais motores do mercado. Desde o primeiro até o quarto trimestre, quase dominaram cada ciclo de alta, superando amplamente o desempenho de outros setores e ações individuais.

**2024: metas de instituições variam, mas o otimismo prevalece**

Na fase de previsões para 2024, os preços-alvo das instituições de Wall Street variam de 4.200 pontos do JPMorgan a 5.100 pontos do Deutsche Bank, uma diferença de até 900 pontos.

JPMorgan mantém uma visão pessimista, prevendo desaceleração econômica e aperto de crédito; Morgan Stanley espera 4.500 pontos, com otimismo na recuperação dos lucros corporativos; Wells Fargo prevê 4.625 pontos, mas alerta para maior volatilidade; Goldman Sachs projeta 4.700 pontos, acreditando em uma expansão econômica moderada; o Barclays é o mais otimista, com meta de 5.000 pontos, argumentando que o mercado já passou pelo maior período de incerteza macroeconômica; o Deutsche Bank também é otimista, prevendo 5.100 pontos.

Apesar das divergências, a maioria dos grandes bancos adota uma postura relativamente otimista para 2024. Bob O'Donnell, presidente da TECHnaanalysis, afirma que 2024 será o ano de verdadeira explosão da IA generativa; Goldman Sachs acredita que a IA impactará profundamente a economia, produtividade, competitividade e a civilização humana.

**Riscos que não podem ser subestimados**

Porém, mesmo com otimismo, é preciso estar atento: as eleições presidenciais dos EUA em 2024, o risco de recessão, a geopolítica e outros fatores ainda representam variáveis potenciais que podem impactar o mercado de ações de formas inesperadas.

O mercado de ações dos EUA em 2023, liderado pelas sete gigantes da tecnologia, realizou uma virada espetacular. Resta saber se, em 2024, o mercado poderá avançar ainda mais, dependendo se a IA realmente explodirá como esperado e se as mudanças macroeconômicas seguirão o caminho previsto pelo mercado.