Este ano, a reviravolta mais dramática aconteceu no mais alto nível da política e economia dos Estados Unidos.

Trump não poupou críticas a Powell. De "fracassado" a "Senhor Tarde", cada palavra era uma ofensa, com o objetivo de levar as taxas de juros a 1% para "estimular a economia". Todos aguardavam para ver se o banco central iria ceder.

E então, ontem à noite, os dados do PIB do terceiro trimestre dos EUA foram divulgados, e o silêncio tomou conta do ambiente. Crescimento anualizado de 4,3%, desmentindo todas as previsões pessimistas. A inflação também subiu de 2,1% para 2,8%. A economia não entrou em colapso, pelo contrário, parece até um pouco quente demais.

Veja bem, se realmente seguisse a lógica de Trump de uma redução agressiva das taxas, a inflação já teria explodido, e o pesadelo da estagflação seria inevitável. Powell, desta vez, não disse muita coisa, respondeu com os dados mais contundentes possíveis.

Porém, por trás dessa disputa de poder, há questões mais profundas emergindo.

Quando o mais alto nível de decisão de um país entende a direção da economia de forma tão diferente, e a luta política é tão intensa, como o mercado deve precificar tudo isso? O caminho das políticas fica obscuro, e a volatilidade financeira naturalmente aumenta. Seja com stablecoins como USDD, ou com diferentes alocações de ativos, em um ambiente assim, uma questão precisa ser clara: em quem confiar?

Estamos passando de uma fase de "regras claras" para uma de "narrativas de poder profundamente influentes". Os métodos tradicionais, que dependem da transparência das políticas do banco central e da estabilidade fiscal do governo, estão falhando. Os participantes do mercado precisam se adaptar a essa incerteza, ou então continuar a tropeçar nas oscilações.

Isso não é apenas uma questão econômica, mas uma questão de sobrevivência para os participantes.