Os futuros do café sofreram uma queda na quarta-feira. O arábica de março caiu 3,31%, enquanto o robusta de janeiro deslizou 1,25%. O culpado? Previsões de chuva para a região cafeeira do Brasil.
À primeira vista, isso parece contra-intuitivo—chuva deveria ser boa para as colheitas, certo? Aqui está a questão: os mercados precificam os aumentos de oferta imediatamente. Chuvas fortes esperadas para o final desta semana até a próxima semana sinalizam melhores colheitas à frente, o que provoca preocupações com a superoferta. A previsão do Climatempo basicamente disse aos traders: preparem-se para um aumento na produção.
A Reviravolta da Tarifa
Mas há uma complicação. Os preços na verdade estavam subindo nos últimos dois dias, apesar das conversas sobre chuva, devido à situação das tarifas. Trump reduziu algumas tarifas recíprocas sobre commodities não produzidas nos EUA, mas aqui está o problema—o Brasil ainda enfrenta uma tarifa separada de 40% com base em “emergência nacional” ligada à acusação contra Bolsonaro. Essa proteção de 40% permanece incerta para os importadores dos EUA.
Resultado? Compradores de café dos EUA estão ignorando contratos brasileiros. As importações do Brasil caíram 52% de agosto a outubro deste ano em comparação com o ano passado, caindo para 983,970 sacas. Como o Brasil fornece cerca de um terço do café não torrado da América, isso está criando uma verdadeira escassez.
Escassez de Inventário vs. Aumento de Produção
Os inventários de arabica da ICE acabaram de atingir um mínimo de 1,75 anos com 396.513 sacas; o robusta caiu para um mínimo de 4 meses de 5.648 lotes. Normalmente, isso seria otimista, mas está sendo ofuscado pelas projeções de crescimento da oferta.
A produção esperada do Brasil para 2026/27 é estimada em 70,7 milhões de sacas (+29% a/a), com arábica em 47,2 milhões de sacas. Enquanto isso, o Vietnã—o potência do robusta mundial—também está aumentando: a produção de 2025/26 está projetada em 1,76 MMT (29,4 milhões de sacas), um máximo em 4 anos e +6% a/a.
As exportações globais de café para o ano de comercialização atual caíram realmente 0,3% em relação ao ano anterior, totalizando 138,658 milhões de sacas ( segundo o ICO), mas os analistas preveem que a produção mundial em 2025/26 suba 2,5% em relação ao ano anterior, alcançando um recorde de 178,68 milhões de sacas.
A Conclusão
O café enfrenta uma barreira de oferta. A chuva no Brasil é apenas a mais recente confirmação. As tarifas estão mantendo os suprimentos de curto prazo nos EUA apertados, mas a perspectiva de médio prazo está afogada em sinais de excesso de oferta. Os comerciantes estão precificando a próxima superabundância, e a venda de quarta-feira diz que eles não estão convencidos de que as tarifas serão suficientes para apoiar os preços a longo prazo.
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Previsão de Chuva no Brasil Provoca Venda Global de Café—Aqui Está o Que Está Realmente Acontecendo
Os futuros do café sofreram uma queda na quarta-feira. O arábica de março caiu 3,31%, enquanto o robusta de janeiro deslizou 1,25%. O culpado? Previsões de chuva para a região cafeeira do Brasil.
À primeira vista, isso parece contra-intuitivo—chuva deveria ser boa para as colheitas, certo? Aqui está a questão: os mercados precificam os aumentos de oferta imediatamente. Chuvas fortes esperadas para o final desta semana até a próxima semana sinalizam melhores colheitas à frente, o que provoca preocupações com a superoferta. A previsão do Climatempo basicamente disse aos traders: preparem-se para um aumento na produção.
A Reviravolta da Tarifa
Mas há uma complicação. Os preços na verdade estavam subindo nos últimos dois dias, apesar das conversas sobre chuva, devido à situação das tarifas. Trump reduziu algumas tarifas recíprocas sobre commodities não produzidas nos EUA, mas aqui está o problema—o Brasil ainda enfrenta uma tarifa separada de 40% com base em “emergência nacional” ligada à acusação contra Bolsonaro. Essa proteção de 40% permanece incerta para os importadores dos EUA.
Resultado? Compradores de café dos EUA estão ignorando contratos brasileiros. As importações do Brasil caíram 52% de agosto a outubro deste ano em comparação com o ano passado, caindo para 983,970 sacas. Como o Brasil fornece cerca de um terço do café não torrado da América, isso está criando uma verdadeira escassez.
Escassez de Inventário vs. Aumento de Produção
Os inventários de arabica da ICE acabaram de atingir um mínimo de 1,75 anos com 396.513 sacas; o robusta caiu para um mínimo de 4 meses de 5.648 lotes. Normalmente, isso seria otimista, mas está sendo ofuscado pelas projeções de crescimento da oferta.
A produção esperada do Brasil para 2026/27 é estimada em 70,7 milhões de sacas (+29% a/a), com arábica em 47,2 milhões de sacas. Enquanto isso, o Vietnã—o potência do robusta mundial—também está aumentando: a produção de 2025/26 está projetada em 1,76 MMT (29,4 milhões de sacas), um máximo em 4 anos e +6% a/a.
As exportações globais de café para o ano de comercialização atual caíram realmente 0,3% em relação ao ano anterior, totalizando 138,658 milhões de sacas ( segundo o ICO), mas os analistas preveem que a produção mundial em 2025/26 suba 2,5% em relação ao ano anterior, alcançando um recorde de 178,68 milhões de sacas.
A Conclusão
O café enfrenta uma barreira de oferta. A chuva no Brasil é apenas a mais recente confirmação. As tarifas estão mantendo os suprimentos de curto prazo nos EUA apertados, mas a perspectiva de médio prazo está afogada em sinais de excesso de oferta. Os comerciantes estão precificando a próxima superabundância, e a venda de quarta-feira diz que eles não estão convencidos de que as tarifas serão suficientes para apoiar os preços a longo prazo.