A essência da guerra comercial é o problema da execução de contratos entre "partes equivalentes".

Na ausência de um mecanismo de arbitragem independente e de execução forçada, os acordos assinados entre os Estados muitas vezes carecem de uma força executiva confiável. Assim, o cumprimento dos contratos tem que depender de um mecanismo de "retaliação". Isso é semelhante à forma como, nos tempos antigos, quando ainda não havia um sistema jurídico, os contratos entre indivíduos eram principalmente mantidos pela vingança.

Então a pergunta é: a civilização humana já se desenvolveu por milhares de anos, ainda temos que depender desse modelo quase bárbaro de "decisão dos mais fortes" para manter a execução de contratos transnacionais?

Na verdade, o sistema financeiro moderno já “domou” a violência até certo ponto. A máquina estatal, incluindo os sistemas militares, é construída sobre o sistema financeiro. Se conseguirmos construir um mecanismo de confiança financeira independente do sujeito estatal, poderemos fornecer uma nova força vinculativa para a execução de contratos através de meios financeiros.

Felizmente, já temos um sistema assim e ele foi inicialmente validado: blockchain.

Imagine o futuro, onde os países assinam acordos comerciais e podem garantir ativos de reserva (como BTC) na blockchain. Uma vez que uma das partes falhe, seus ativos garantidos serão automaticamente confiscados. Os ajustes tarifários também podem ser realizados através de contratos inteligentes: uma parte aumenta as tarifas, a outra parte responde automaticamente, implementando uma retaliação imediata, sem a necessidade de um complexo processo de negociação.

Quanto a "quem deve decidir sobre a violação de contrato"? Isso pode ser delegado a mecanismos de arbitragem on-chain, como instituições de arbitragem de terceiros previamente acordadas, comitês de arbitragem temporários, ou até mesmo sistemas de decisão inteligente impulsionados por IA. O importante é que todo o sistema deve ser independente de qualquer controle político de uma das partes, tornando-se realmente uma infraestrutura pública confiável.