Muito antes de Peter Thiel se tornar sinónimo da adoção institucional de criptomoedas, ele já estava a remodelar o panorama da tecnologia financeira. Em 1998, juntamente com Max Levchin e Luke Nosek, Thiel fundou a Fieldlink (mais tarde renomeada Confinity), uma empresa que inicialmente enfrentou dificuldades com software de segurança para dispositivos portáteis antes de pivotar para carteiras digitais e lançar a primeira versão do PayPal em 1999. Quando a Confinity se fundiu com a X.com de Elon Musk em março de 2000 e foi oficialmente rebatizada como PayPal em junho de 2001, a trajetória de Thiel como visionário tecnológico foi definida. A aquisição pela eBay em 2002 por aproximadamente 1,5 mil milhões de dólares marcou o seu primeiro grande ponto de inflexão de riqueza — e, mais importante, criou a ‘Máfia PayPal’, uma rede que dominaria o cenário de investimentos do Vale do Silício por décadas.
Mas a influência de Thiel foi muito além dessa saída. O seu lendário investimento de 500.000 dólares em obrigações convertíveis na Facebook em 2004, quando a plataforma tinha um valor de apenas 4,9 milhões de dólares, demonstrou uma habilidade incomum de identificar tecnologias transformadoras cedo. Como primeiro investidor externo e membro do conselho da Facebook, a participação de 10,2% de Thiel acabou por render-lhe mais de 1,1 mil milhões de dólares após o IPO de 2012 — um retorno que validou a sua tese de investimento contrária à corrente.
Construindo a Infraestrutura para o Amanhã
A evolução do capital de risco de Thiel começou com a fundação do Founders Fund em 2005, co-criada com Luke Nosek e outros ex-funcionários do PayPal. Inicialmente focado em defesa e tecnologia avançada, o fundo acabou por apoiar algumas das empresas mais valiosas do Vale do Silício: Airbnb, LinkedIn, SpaceX, Stripe e DeepMind. Simultaneamente, a sua empresa de infraestrutura de dados Palantir, fundada em 2003, evoluiu para uma ferramenta crítica para agências governamentais dos EUA e instituições financeiras, com o seu preço de ação a valorizar vinte vezes ao longo de cinco anos.
Isto não foi sorte — foi um padrão deliberado. Thiel investiu consistentemente em infraestrutura e controlo upstream, seja através de poder computacional, relações governamentais ou sistemas económicos. Esse mesmo princípio guiaria a sua entrada no espaço das criptomoedas.
Apostas Precoces na Descentralização
A primeira grande jogada de Thiel no mundo cripto foi discreta. Em 2013, o Founders Fund liderou uma ronda de semente de $2 milhão para a BitPay, sinalizando que o capital de topo do Vale do Silício começava a levar a sério aplicações de blockchain na camada de pagamento. Mas o momento mais revelador chegou em 2014, quando a Thiel Fellowship selecionou Vitalik Buterin, co-fundador da Ethereum, de 20 anos, como um dos seus fellows — um programa de apoio não dilutivo para jovens fundadores que já tinha se tornado lendário no meio das startups.
A verdadeira aceleração veio depois. Em 2018, a Block.one (a empresa-mãe da EOS) anunciou investimentos estratégicos incluindo o capital de Peter Thiel. Três anos depois, a Block.one lançou a Bullish, uma plataforma institucional de negociação de criptomoedas, com Thiel listado como um dos principais apoiantes iniciais de um projeto que alegadamente valia $10 bilhão. Entretanto, em 2019, Thiel apoiou a Layer1, uma empresa de infraestrutura de mineração de Bitcoin com foco em operações nos EUA — perfeitamente alinhada com a sua tese de controlo de cadeias de abastecimento e infraestrutura.
A Windfall de 1,8 Mil Milhões de Dólares em Criptomoedas
O que realmente distinguiu Thiel não foi apenas ser um crente precoce — foi a sua execução. Segundo a Reuters, o Founders Fund começou a acumular Bitcoin de forma agressiva já em 2014 e saiu antes do crash do mercado em 2022, realizando cerca de 1,8 mil milhões de dólares em ganhos. O timing não foi casual; refletia a convicção macro mais ampla de Thiel sobre inflação, políticas dos bancos centrais e o papel dos ativos digitais como reservas de riqueza alternativas.
Em verão de 2023, à medida que os mercados de cripto se recuperaram, o Founders Fund já tinha retomado as compras, investindo cerca de $200 milhão em Bitcoin e Ethereum ao longo de vários meses — um período em que o BTC negociava abaixo de 30.000 dólares e o ETH oscilava entre 1.500 e 1.900 dólares. Em outubro de 2021, Thiel afirmou publicamente que se sentia “subinvestido em Bitcoin”, aconselhando bluntamente: “Tudo o que tens a fazer é comprar Bitcoin.”
A Viragem Institucional: Bitmine e Além
Em 2023, Thiel e o Founders Fund começaram a posicionar-se para a próxima vaga. Quando Joey Krug, ex-co-CIO da Pantera, se juntou ao Founders Fund como parceiro, afirmou explicitamente o seu mandato: formular a estratégia de criptomoedas do fundo para a próxima década e identificar a próxima geração de fundadores de cripto que valha a pena apoiar. Isto já não era uma aposta periférica — as criptomoedas estavam a tornar-se uma classe de ativos central.
O verdadeiro sinal veio em meados de 2025, quando a Bitmine Immersion Technologies, uma empresa de mineração de Bitcoin, anunciou uma mudança estratégica dramática em direção à Ethereum, nomeando Tom Lee, co-fundador da Fundstrat, como presidente e lançando uma colocação privada de $250 milhão. Thiel, como acionista majoritário, revelou uma participação de 9,1% — uma posição que impulsionou uma subida de 15% no preço das ações na notícia. Hoje, o tesouro de ETH da Bitmine está em aproximadamente 1,2 milhões de tokens, avaliado em mais de $5 bilhão, tornando-se o maior detentor corporativo de ETH a nível mundial — uma liderança que vai muito além dos concorrentes em segundo lugar.
Nesse mesmo ano, a listagem da Bullish na Bolsa de Nova York em agosto representou a maturidade completa da tese de infraestrutura institucional de Thiel. O seu capital paciente, investido em mineração, plataformas de negociação e infraestrutura de pagamento, finalmente convergiu em ativos negociáveis publicamente.
Por que a Tese de Cripto de Thiel Importa
O que distingue a abordagem de Thiel é que ela espelha toda a sua filosofia de investimento: encontrar a interseção entre inovação tecnológica, controlo de infraestrutura e disrupção macroeconómica. Ele não persegue especulação — constrói sistemas. O seu apoio ao Bitcoin alinha-se explicitamente com os seus valores declarados de governo limitado, independência monetária e progresso tecnológico. Ao contrário da maioria dos defensores de cripto, Thiel traz tanto credibilidade (um histórico de três décadas em tecnologia transformadora) quanto capital ($1.8 mil milhões em retornos documentados) para validar a tese.
À medida que o Founders Fund continua a identificar a próxima vaga de fornecedores de infraestrutura cripto, e à medida que as apostas iniciais de Thiel amadurecem em referências institucionais, a sua influência na direção da indústria de criptomoedas parece longe de terminar. O homem que ajudou a construir o PayPal agora molda a forma como as instituições alocam recursos para finanças descentralizadas — uma trajetória menos sobre apostar no Bitcoin e mais sobre construir a infraestrutura que alimenta o sistema financeiro de amanhã.
Esta página pode conter conteúdo de terceiros, que é fornecido apenas para fins informativos (não para representações/garantias) e não deve ser considerada como um endosso de suas opiniões pela Gate nem como aconselhamento financeiro ou profissional. Consulte a Isenção de responsabilidade para obter detalhes.
Como Peter Thiel se tornou um arquiteto da indústria de criptomoedas: de ícone do Vale do Silício a rei silencioso da blockchain
O Homem por trás da Revolução PayPal
Muito antes de Peter Thiel se tornar sinónimo da adoção institucional de criptomoedas, ele já estava a remodelar o panorama da tecnologia financeira. Em 1998, juntamente com Max Levchin e Luke Nosek, Thiel fundou a Fieldlink (mais tarde renomeada Confinity), uma empresa que inicialmente enfrentou dificuldades com software de segurança para dispositivos portáteis antes de pivotar para carteiras digitais e lançar a primeira versão do PayPal em 1999. Quando a Confinity se fundiu com a X.com de Elon Musk em março de 2000 e foi oficialmente rebatizada como PayPal em junho de 2001, a trajetória de Thiel como visionário tecnológico foi definida. A aquisição pela eBay em 2002 por aproximadamente 1,5 mil milhões de dólares marcou o seu primeiro grande ponto de inflexão de riqueza — e, mais importante, criou a ‘Máfia PayPal’, uma rede que dominaria o cenário de investimentos do Vale do Silício por décadas.
Mas a influência de Thiel foi muito além dessa saída. O seu lendário investimento de 500.000 dólares em obrigações convertíveis na Facebook em 2004, quando a plataforma tinha um valor de apenas 4,9 milhões de dólares, demonstrou uma habilidade incomum de identificar tecnologias transformadoras cedo. Como primeiro investidor externo e membro do conselho da Facebook, a participação de 10,2% de Thiel acabou por render-lhe mais de 1,1 mil milhões de dólares após o IPO de 2012 — um retorno que validou a sua tese de investimento contrária à corrente.
Construindo a Infraestrutura para o Amanhã
A evolução do capital de risco de Thiel começou com a fundação do Founders Fund em 2005, co-criada com Luke Nosek e outros ex-funcionários do PayPal. Inicialmente focado em defesa e tecnologia avançada, o fundo acabou por apoiar algumas das empresas mais valiosas do Vale do Silício: Airbnb, LinkedIn, SpaceX, Stripe e DeepMind. Simultaneamente, a sua empresa de infraestrutura de dados Palantir, fundada em 2003, evoluiu para uma ferramenta crítica para agências governamentais dos EUA e instituições financeiras, com o seu preço de ação a valorizar vinte vezes ao longo de cinco anos.
Isto não foi sorte — foi um padrão deliberado. Thiel investiu consistentemente em infraestrutura e controlo upstream, seja através de poder computacional, relações governamentais ou sistemas económicos. Esse mesmo princípio guiaria a sua entrada no espaço das criptomoedas.
Apostas Precoces na Descentralização
A primeira grande jogada de Thiel no mundo cripto foi discreta. Em 2013, o Founders Fund liderou uma ronda de semente de $2 milhão para a BitPay, sinalizando que o capital de topo do Vale do Silício começava a levar a sério aplicações de blockchain na camada de pagamento. Mas o momento mais revelador chegou em 2014, quando a Thiel Fellowship selecionou Vitalik Buterin, co-fundador da Ethereum, de 20 anos, como um dos seus fellows — um programa de apoio não dilutivo para jovens fundadores que já tinha se tornado lendário no meio das startups.
A verdadeira aceleração veio depois. Em 2018, a Block.one (a empresa-mãe da EOS) anunciou investimentos estratégicos incluindo o capital de Peter Thiel. Três anos depois, a Block.one lançou a Bullish, uma plataforma institucional de negociação de criptomoedas, com Thiel listado como um dos principais apoiantes iniciais de um projeto que alegadamente valia $10 bilhão. Entretanto, em 2019, Thiel apoiou a Layer1, uma empresa de infraestrutura de mineração de Bitcoin com foco em operações nos EUA — perfeitamente alinhada com a sua tese de controlo de cadeias de abastecimento e infraestrutura.
A Windfall de 1,8 Mil Milhões de Dólares em Criptomoedas
O que realmente distinguiu Thiel não foi apenas ser um crente precoce — foi a sua execução. Segundo a Reuters, o Founders Fund começou a acumular Bitcoin de forma agressiva já em 2014 e saiu antes do crash do mercado em 2022, realizando cerca de 1,8 mil milhões de dólares em ganhos. O timing não foi casual; refletia a convicção macro mais ampla de Thiel sobre inflação, políticas dos bancos centrais e o papel dos ativos digitais como reservas de riqueza alternativas.
Em verão de 2023, à medida que os mercados de cripto se recuperaram, o Founders Fund já tinha retomado as compras, investindo cerca de $200 milhão em Bitcoin e Ethereum ao longo de vários meses — um período em que o BTC negociava abaixo de 30.000 dólares e o ETH oscilava entre 1.500 e 1.900 dólares. Em outubro de 2021, Thiel afirmou publicamente que se sentia “subinvestido em Bitcoin”, aconselhando bluntamente: “Tudo o que tens a fazer é comprar Bitcoin.”
A Viragem Institucional: Bitmine e Além
Em 2023, Thiel e o Founders Fund começaram a posicionar-se para a próxima vaga. Quando Joey Krug, ex-co-CIO da Pantera, se juntou ao Founders Fund como parceiro, afirmou explicitamente o seu mandato: formular a estratégia de criptomoedas do fundo para a próxima década e identificar a próxima geração de fundadores de cripto que valha a pena apoiar. Isto já não era uma aposta periférica — as criptomoedas estavam a tornar-se uma classe de ativos central.
O verdadeiro sinal veio em meados de 2025, quando a Bitmine Immersion Technologies, uma empresa de mineração de Bitcoin, anunciou uma mudança estratégica dramática em direção à Ethereum, nomeando Tom Lee, co-fundador da Fundstrat, como presidente e lançando uma colocação privada de $250 milhão. Thiel, como acionista majoritário, revelou uma participação de 9,1% — uma posição que impulsionou uma subida de 15% no preço das ações na notícia. Hoje, o tesouro de ETH da Bitmine está em aproximadamente 1,2 milhões de tokens, avaliado em mais de $5 bilhão, tornando-se o maior detentor corporativo de ETH a nível mundial — uma liderança que vai muito além dos concorrentes em segundo lugar.
Nesse mesmo ano, a listagem da Bullish na Bolsa de Nova York em agosto representou a maturidade completa da tese de infraestrutura institucional de Thiel. O seu capital paciente, investido em mineração, plataformas de negociação e infraestrutura de pagamento, finalmente convergiu em ativos negociáveis publicamente.
Por que a Tese de Cripto de Thiel Importa
O que distingue a abordagem de Thiel é que ela espelha toda a sua filosofia de investimento: encontrar a interseção entre inovação tecnológica, controlo de infraestrutura e disrupção macroeconómica. Ele não persegue especulação — constrói sistemas. O seu apoio ao Bitcoin alinha-se explicitamente com os seus valores declarados de governo limitado, independência monetária e progresso tecnológico. Ao contrário da maioria dos defensores de cripto, Thiel traz tanto credibilidade (um histórico de três décadas em tecnologia transformadora) quanto capital ($1.8 mil milhões em retornos documentados) para validar a tese.
À medida que o Founders Fund continua a identificar a próxima vaga de fornecedores de infraestrutura cripto, e à medida que as apostas iniciais de Thiel amadurecem em referências institucionais, a sua influência na direção da indústria de criptomoedas parece longe de terminar. O homem que ajudou a construir o PayPal agora molda a forma como as instituições alocam recursos para finanças descentralizadas — uma trajetória menos sobre apostar no Bitcoin e mais sobre construir a infraestrutura que alimenta o sistema financeiro de amanhã.